Ao participar do Forum TIC Brasil 2013, evento realizado pelo portal Convergência Digital e pela Network Eventos, no último dia 20 de março, em Brasília, o presidente da Associação da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, traçou um panorama da indústria eletroeletrônica. Admitiu que o momento não é tranquilo. O déficit da balança comercial do setor é a maior de toda a indústria e tem crescido num ritmo preocupante. “A indústria de componentes foi dizimada em 1990. E, hoje, a importação desses componentes representa metade da balança comercial”, disse.

Indagado do momento das indústrias do setor – em especial às de Telecom e Informática – o presidente da Abinee foi taxativo: ‘ Produzir no Brasil está muito difícil. A Lei de Informática é o grande instrumento que mantém as empresas aqui. Se não fosse ela, não teríamos uma indústria. Haveria uma concentração ainda maior na Zona Franca de Manaus, que só se sustenta com os incentivos. O que no meu modo de ver é uma semiaberração. O empresário deveria escolher onde produzir”.

Barbato, apesar de assumir que política industrial é uma prioridade do governo Dilma Rousseff, criticou a postura das autoridades com relação às medidas restritivas dos países, considerados parceiros, em especial, Argentina e Venezuela. “Eles fecharam às portas para os produtos brasileiros. Os celulares sofreram muito com essa medida. Enquanto o Brasil não vende, outros países vendem. É preciso que o governo pense de forma muito séria sobre essas restrições”.

O presidente da Abinee reclamou também do tempo levado para a concessão dos Processos Produtivos Básicos – em média, 12 meses e fez uma advertência: o Brasil não pode, com medidas de apoio à indústria, ‘matar’ a galinha de ovos de ouro que é o produto final. Também fez uma dura critíca à Apple. Assista a participação de Humberto Barbato, no Forum TIC Brasil 2013, pela CDTV, do Convergência Digital.

Fonte: Convergência Digital